Muito se discute sobre o ritmo dos trabalhos em geral, e particularmente, na universidade. E nesse momento do ano, de fechamento e abertura, parece que o inevitável cansaço nos impele a novos propósitos. Pensando bem e apesar de tudo, foram muitas aprendizagens e em diversos níveis.
O desafio de ensinar/aprender/compartilhar/construir novos saberes nas salas de aulas, nas orientações, nos grupos de pesquisa, nos eventos, e nas bancas. Enfim, nos diferentes momentos e compromissos da vida acadêmica sempre temos a oportunidade de nos formar. E aqui gostaria de agradecer por todas essas possibilidades que deixaram seus vestígios e que de uma forma ou de outra prometem novas parcerias.
A participação na Banca de Defesa da Tese de Doutorado A constituição da docência no ensino médio no Brasil contemporâneo: uma analítica de governo, de Roberto Rafael Dias da Silva, defendida na UNISINUS, sob orientação de Eli Terezinha Henn Fabris, foi um desses momentos especiais.Tanto pela possibilidade de diálogo com o trabalho em si, como pelo diálogo a partir dos diversos olhares dos colegas da banca sobre o mesmo trabalho. Arquitetura de um trabalho primoroso, erudição sem hermetismo que captura o sujeito de si...
Encontrar colegas e amigos em eventos como INTERCOM, ANPED, SOCINE, para além das trocas científicas e acadêmicas revela a importância das trocas afetivas e as possibilidades de novos trabalhos e pesquisas em parceria, que trazem o desafio de lidar com o pensar diferente. Por isso mesmo tão instigante e enriquecedor.
Conhecer projetos e experiências que tratam de questões afins aos temas que nos mobilizam é sempre muito gratificante. Foi assim com o Programa de Alfabetização Audiovisual, da Secretaria Municipal de Educação e da Cultura de Porto Alegre, que em parceria com a FACED/UFRGS, organizou o Painel A Presença do Audiovisual na Escola. Compromisso com a formação, sensibilidade, cultura e arte revelado no trabalho das organizadoras do evento Maria Angelica dos Santos, Andrea Merlo, Maria Carmem Barbosa com colaboração e parceria de Giba Assis Brasil, Ana Luiza Azevedo, entre muitos outros que atuam no circuito cinema e educação.
As inúmeras aprendizagens e experiências éticas e estéticas que são construídas junto ao grupo de pesquisa e que o trabalho de orientação também propicia. Entre os que ficam e os que estão de passagem, o desafio de configurar um trabalho coletivo assegurando a autoria de cada um nesse movimento e seus tantos deslocamentos.
Por fim, o trabalho de coordenação de um curso e a possibilidade de olhar outros aspectos que constituem o processo formativo de estudantes e professores. Para além das questões administrativas e institucionais, a possibilidade de promover um processo de avaliação de um currículo em implantação inevitavelmente coloca em jogo diversas demandas, um quebra-cabeça que por vezes se parece mais como um cubo mágico: o lado dos estudantes e suas reivindicações, o lado dos professores e suas questões, o lado dos departamentos e suas condições, o lado dos servidores, da direção, das pro-reitorias, da reitoria, sem falar no lado das exigências do próprio ministério da educação e seus sistemas de avaliação. É nesse processo que situo as aprendizagens que a coordenação de um curso propicia: aprender a lidar com o avesso do avesso dos diversos interesses que constroem o próprio curso.
Obviamente muitas outras pessoas e situações fizeram parte desse processo e deixaram suas marcas... tal como cada musicista de uma orquestra que vai regendo sua própria música, como mostra este belo vídeo da Youth Orchestra of Bahia e seu Tico-Tico no fubá, que recebi de um amigo e compartilho!
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