quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Passeios pela história do cinema

O Museo Nazionale del Cinema, na cidade de Torino, fica num vistoso prédio construído há mais de 120 anos,  que é um dos  símbolos arquitetônicos da cidade. Conhecido por Mole Antonelliana, seu elevador panorâmico na parte interna propicia uma vista por diversas cenografias de filmes e ao final, na parte externa uma paisagem de 360 graus formada por cadeias de montanhas dos alpes que circundam a cidade. Ao visitar esse monumento que homenageia o cinema e propicia uma imersão no mundo da imagem em movimento e da ficção, é inevitável não se emocionar com as histórias que assistimos e que ali continuam a contar sobre bastidores, cenários, figurinos e outras curiosidades que envolve a aura de ver de perto certos detalhes que nos encantaram nas telas.
Como não se emocionar diante das coleções de filmes, livros/revistas, documentos, arquivos, fotografias, cartazes, esboços, roupas, objetos, equipamentos e documentos sonoros, um mundo em movimento  chamado sonhos verticais, que fizeram parte das mais diferentes histórias contadas pela sétima arte? 
Além disso, ao conhecer aspectos ou fragmentos da história do cinema  também é possível desmistificar a produção de certos efeitos especiais, hoje cada vez mais sofisticados. No contato com obras-primas e blockbusters, a impressão que se tem é de um túnel do tempo que mexe com memórias afetivas e lembranças as mais diversas. Mas não deixa de causar estranhamento quando percebemos que  os artefatos do último filme possuem mais de 8 anos, levando-nos a perguntar sobre a continuidade do acervo e a pensar nas atualizações sobre os filmes, que mesmo diante de um acervo datado, continuam a instigar nosso olhar e imaginário, pois  filmes não param...

Diferente do que ocorre no Museu de Charles Chaplin, o chamado  Chaplins World, em Vevey, na Suiça  . Nos seus espaços e ambientes, além de um cinema que mostra a história e os filmes de Carlitos, o Vagabundo, nos deparamos com um estúdio imenso que mostra e reproduz cenários e artefatos de quase todos os seus filmes, dando-nos a impressão inclusive de sentir que somos parte dos filmes, como se o tempo tivesse parado naquele instante da ficção ao lado do Garoto, do Guarda, das engrenagens dos Tempos Modernos e muitos outros, sem falar no conhecido par de sapato, chapéu e bengala.
Ao lado do estúdio, num belíssimo parque nas margens do lago suíço, se pode passear e circular pelo espaço da última casa em que ele morou, fazendo-nos voltar para a contemporaneidade e compartilhar os ambientes de intimidade vividos em família, e assim se percorre salas, quartos, varandas e  outros espaços. Interessante observar que cada cômodo da casa possui telas projetando cenas de Chaplin com sua família e amigos, contando suas histórias e trajetórias da vida real, sempre com bom humor e fazendo rir.  A cena que registra o momento em que ele e sua família são deportados dos EUA não deixa de ser enigmática. Nos seus filmes e nos filmes de sua vida, percebemos a complexidade de uma biografia que revela uma grande personalidade, permeada por histórias de guerra, abandono, e filmes que tocavam as pessoas para além do entretenimento, pois seu talento para a comédia e suas formas de crítica transcendiam nas mais diversas abordagens  que tratam da condição humana.

Enfim, experiências e fragmentos de duas extraordinárias aventuras pela magia do mundo do cinema e de um passeio com grande artista do século vinte... Tempos e espaços que podem encantar qualquer um, ainda mais quem aprecia e estuda a sétima arte!