segunda-feira, 11 de julho de 2011

Em busca de outras linguagens para expressar a infância


Ao longo do último mês da disciplina Educação e Infância II, estudamos o texto Ressignificando a Psicologia no Desenvolvimento: uma contribuição crítica à pesquisa da infância, de Solange Jobim e Souza, que trouxe outros olhares da Psicologia para pensar a temporalidade humana e o desenvolvimento da criança. Discutimos a importância do jogo e das linguagens na constituição do sujeito e também visitamos o museu do brinquedo da Ilha de Santa Catarina e a brinquedoteca do Colégio de Aplicação.

Ao recuperar aspectos da vivência do “nosso tempo de infância”, foi inevitável pensar no que brincam as crianças hoje: as eternas brincadeiras com bolas, bonecas, carrinhos e aventuras juntos à natureza convivem com heróis e personagens de filmes e programas de TV, videogame, jogos de computadores e outras atividades das crianças em rede. Vimos que pensar as práticas culturais das crianças hoje implica situar a complexidade de relações que as crianças hoje estabelecem com as mídias e tecnologias.

Nesse sentido, o texto Crianças na era digital: desafios da comunicação e educação, de Monica Fantin e Pier Cesare Rivoltella, foi a referência para discutirmos o olhar da comunicação à infância. A partir das considerações teóricas, das experiências pessoais, familiares e profissionais, discutimos os riscos e as possibilidades das atividades on line das crianças. Destacamos os direitos de proteção, provisão e participação das crianças em relação às mídias e a necessidade de mediações educativas, uma questão que precisa ser refletida nos cursos de formação também para entender o processo de socialização das crianças hoje.

Em busca de diálogo com algumas formas contemporâneas de produção e socialização de conhecimentos, realizamos oficinas sobre blog http://filosomidia.blogspot.com/  e audiovisual, que buscaram oferecer algum subsídio para a expressão e comunicação em outras linguagens. Como tarefa e síntese, uma produção autoral e audiovisual a partir de uma pesquisa sobre aspectos da própria infância.

Na socialização de tais produções, os temas variavam com cenas da infância, retratando com imagens e sons momentos especiais juntos a familiares, amigos, cenas de percursos  escolares, ingresso na universidade, com algumas imagens que também pareciam um book de auto-retratos. Além de se emocionar com tais produções pelo olhar do outro, quando cada estudante explicava como tinha feito o audiovisual, as dificuldades/facilidades que sentiram, a escolha das imagens, da música, etc. o grupo foi percebendo o quanto aquilo foi significativo para cada. Sobretudo a importância de se aventurar em outras possibilidades expressivas para contar a sua história.

Na avaliação final, fragmentos que recuperaram parte do que foi visto e aprendido na disciplina durante o semestre: diferentes modos de olhar a criança, o respeito na pesquisa, as peculiaridades da infância em outros contextos socioculturais, a importância do brincar e alguns desafios da educação hoje. Por fim, concluímos que não apenas encerramos a disciplina mas também deixamos nossas marcas...