domingo, 19 de maio de 2013

Aprendizagem colaborativa em rede




Na X Jornatec, que aconteceu nos dias 29 e 30/4/2013 em Florianópolis, fui convidada a participar da Mesa Redonda “Desafios do trabalho em rede e da aprendizagem colaborativa na cultura digital”, ao lado de Tel Amiel (Unicamp), Luli Radfaher (USP) e da mediadora Marta Borges (UDESC).

Tel Amiel  trouxe sua contribuição a partir dos eixos participação, remediação e bricolagem. Ao enfatizar que a cultura digital não é igual para todo mundo, ele apresentou dados estatísticos de diversos países e nesse sentido sua fala se aproximou de alguns argumentos que eu também costumo destacar, visto que a dimensão do acesso é apenas um aspecto da inclusão que ainda não foi resolvido, e que a distribuição de computadores não é igualitária. Destacou também a importância de continuar a pensar na mídia tradicional considerando que a noção de participação e colaboração não ocorre só no digital. E por fim, ao mencionar a necessidade de pensar a produção de conteúdos digitais, ele destacou a importância da prática do remix e do sampleamento  nas salas de aula como forma de busca e criação.

Por sua vez, Luli Radfaher  lembrou a importância da cópia no processo de aprendizagem e seu papel na invenção de “coisas novas”. Ao falar que as mudanças da sociedade nem sempre são acompanhadas por mudanças na escola, mais que repetir o mantra, ele pergunta pela construção da escola do século 21, e reforça a necessidade de pensarmos nos conteúdos digitais, destacando o digital como uma linguagem importante para aprender no sentido de minimizar o digital divide.

De minha parte, enfatizei alguns aspectos do que hoje tem sido entendido por cultura participativa perguntando o que entendemos por participar da cultura digital e quem de fato está participando, no sentido de desnaturalizar certos discursos e problematizar certas práticas. Falar de participação na cultura digital implica pensar nas formas de aprendizagem que ocorrem no espaços formais e  informais e na mediação da escola diante das modificações nas formas de aprendizagem que a cultura digital promove. Como aproximação aos aspectos que caracterizam a aprendizagem colaborativa a partir de Kaye (interdependência dos participantes do grupo, co-divisão de tarefas e organização dos processos grupais e finalidades compartilhadas a fim de construir algo novo a partir da colaboração) e destaquei as possibilidades de entender a rede a partir do que propõe Rivoltella: como ambiente de conhecimento, contexto comunicativo e lugar de compartilhamento de experiências de pesquisa.

E por falar em pesquisa, diante da pesquisa em parceria interinstitucional que estamos desenvolvendo entre UFSC, UDESC e UFBA sobre “Gestão e práticas pedagógicasno âmbito do ProUCA em SC e BA”, mencionei um dos eixos da investigação que  se refere ao apoio à criação de rede colaborativa entre os professores. A esse respeito, análises parciais sinalizam a dificuldade de o professor se articular em rede, seja devido aos limites das condições de trabalhos e tempo,  seja devido aos limites ligados à construção de competências profissionais para tal.

Por fim, o desafio: O que entendemos por  ensinar /aprender/pesquisar colaborativamente e em rede com crianças e jovens na cultura digital?



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