O papel da educação nos primeiros anos de
vida na construção da personalidade e as perspectivas do que seja um
boa escola da infância estava no cento da discussão do Convegno Schole de 2016,
realizado nos dias 15 e 16/09/2016, em Brescia. O coordenador do evento, Prof.
Luciano Pazzaglia destaca a relevância desta
fase na idade evolutiva e os novos reconhecimentos que repercutem na
economia, que junto com outras áreas tem sublinhado como na
sociedades italiana, cada vez mais urgente garantir a todos uma educação da
infância de boa qualidade se se pretende um crescimento do país.
Na mesa de abertura, a professora
Egle Becchi mediou as conferencias do Prof. Serge Tisseron, Pier Cesare
Rivoltella, Anna Maria Bondioli, Monica Amadini. A conferência de Tisseron foi um estímulo para refletir sobre crianças,
jovens e mídias a partir das idades e dos tempos educativos em relação ao uso
das telas. Fundamentado em diversas pesquisas longitudinais com crianças e
famílias sobre os usos das mídias interativas ou não e como repercutem no
âmbito da linguagem do ponto de vista educativo e social. Com uma abordagem crítica e consciente para
provocar a responsabilidade social, sem
demonizar nem supervalorizar, destaca o quanto tal questão interpela a todos, e
destaca a importância de conhecer, acompanhar, discutir o que acontece,
construindo categorias que permitem
falar da própria vida. Uma atitude de falar e construir narrativas e posturas que promovam essa
compreensão, visto que alguns problemas decorrentes não se resolvem
individualmente. Egle Becchi pondera o quanto a via da
negligencia por discordar de certos usos
nos afasta do mundo das crianças. Essa responsabilidade não seria a
excepcionalidade, mas um diálogo necessário com as crianças, visto que entre
“adultos e não adultos, a relação é a coisa mais importante. Ao falar sobre os novos paradigmas para repensar a
pesquisa e a pedagogia da infância, Anna Bondioli enfatizou aspectos do paradigma sócio-cultural e da
nova sociologia da infância ponderando seus pressupostos e conceitos-chaves.
Destacou os desafios no âmbito da pesquisa a fim de superar certas dicotomias
que afirmam ou “a criança no centro” ou o “adulto o centro” e que seria
importante pensar uma terceira via nessa relação. Por sua vez, Monica Amadini discutiu os direitos das
crianças a partir de pesquisas desenvolvidas no âmbito da pedagogia da família,
com crianças e seus pais.
O tema da neurociências e educação, muito em
voga nos últimos anos, foi objeto do Congresso Internacional Neuroscienze
ed Educazione, ocorrido no dia 30/9/2016, também em Brescia. Um olhar plural
para as contribuições da neurociências e educação, o papel da atenção e da
motivação na aprendizagem, a neurodidática, a ética, os modismos e os
neuromitos foram alguns dos temas tratados no evento. Estudiosos da
Argentina, Espanha, Itália, Edimburg e outros pesquisadores/profissionais
trouxeram abordagens que instigavam o pensar para além de certos argumentos por
vezes simplistas e reducionisrtas que acabam se tornando clichês, que
repetidos à exaustão acabam virando pseudo-verdades de uma
pseudo-ciência...
Três pesquisadores da Associacion Educar/Argentina, compartilharam
suas experiências desenvolvidas na escola da referida Asociação. Carlo Logatt
Grabner, introduziu as descobertas do
nosso cérebro a partir das neuropsicopedagogia enfatizando a importância de
saber como funciona nosso cérebro para entender como ele determina nossa vida e
permite as mudanças constantes do conhecimento
a partir da unidade corpo-cérebro-mente-meio ambiente. Maria Cristina Castro
enfatizou o estado da arte e o avanço das pesquisas sobre atenção e suas
repercussões no âmbito da aprendizagem e do estado emocional destacando a
importância de manter o foco diante de tantos estímulos típicos da sociedade
contemporânea. Lucreia Prat Gay discutiu
algumas atividades com neurociência em sala de aula no sentido de ativar o nosso cérebro social,
nivelar os estados emocionais, de criar um clima favorável ao trabalho, e dos
intervalos entre os estados de atenção e
da importância do movimento nesse contexto.
Ao pensar nas linhas de encontros possíveis entre
neurociências e didática, Pier Cesare Rivoltella, da UCSC, ponderou sobre o quanto certos aspectos que hoje se evidenciam nas pesquisas no
referido campo já se anunciavam nas práticas de grandes mestres da educação.
Situou o objeto, natureza, problemas e perspectivas que a pesquisa tem se
desenvolvido, sobretudo a partir do problema metodológico e de aproximação entre essas campos na
perspectiva de uma equipe multidisciplinar.
Por sua vez, o neurocientista Sergio Salla, da
Universidade de Edimburg, trouxe outro olhar para pensar o tema e problematizou
as pseudo-neurociências na sociedade e
na escola. Ao questionar o motivo e/ou a importância de educadores entenderem o
funcionamento do cérebro, destoou de alguns argumentos anteriores e situando seu
olhar da neurociência, e não da pedagogia, disse “quero liberar um peso a mais que está sendo
colocado aos professores: a neurociência não vos serve para nada”. Polêmico, argumentou
sobre as hipersimplificações quando se fala de neurociências, como se fosse a
resolução de todos os problemas, da banalização do conceito, do mercado que se
cria ao redor, e dos neuromitos que se
constroem.
Na continuidade, as professoras Silvia Pradas
Montilla e Pilar Martin-Lobo, da Universidade de la Rioja/Espanha, contaram
sobre experiência do Master que atuam: “Neurotecnologia educativa : estado
atual e metodologia” e sobre Neurociencias e Neuropsicologia aplicada à
educação, respectivamente.
A partir da questão: “em que medida as pesquisas em neurociências podem ajudar a educar as crianças para uma sociedade mais justa?”, a professora da UCSC e parlamentar Milena Santerini discutiu a questão ética e as neurociências enfatizando a dimensão intercultural a partir da relação eu-outro. Com um panorama filosófico cultural buscou superar a narrativa da moda da neuromania contribuindo para pensar a construção de uma neurocultura. Uma bela e importante reflexão!
A partir da questão: “em que medida as pesquisas em neurociências podem ajudar a educar as crianças para uma sociedade mais justa?”, a professora da UCSC e parlamentar Milena Santerini discutiu a questão ética e as neurociências enfatizando a dimensão intercultural a partir da relação eu-outro. Com um panorama filosófico cultural buscou superar a narrativa da moda da neuromania contribuindo para pensar a construção de uma neurocultura. Uma bela e importante reflexão!
Como quase toda atividade formativa também
implica uma formação cultural, a visita no Museu Santa Giulia, e mais
especificamente no roteiro sobre a presença lombarda foi um belo fechamento a
após um dia de intenso pensar... Ou seja, após mobilizar circuitos internos
corpo-mente-ambiente, uma "viagem através da história, da arte e da
espiritualidade de Brescia, da pré-história até os dias de hoje, nada como sentir uma atmosfera
que provoca as mais diversas percepções...
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