O Museo Nazionale del Cinema, na cidade de Torino, fica num vistoso prédio construído há mais de 120 anos, que é um dos
símbolos arquitetônicos da cidade. Conhecido por Mole Antonelliana, seu elevador
panorâmico na parte interna propicia uma vista por diversas cenografias de
filmes e ao final, na parte externa uma paisagem de 360 graus formada por
cadeias de montanhas dos alpes que circundam a cidade. Ao visitar esse
monumento que homenageia o cinema e propicia uma imersão no mundo da imagem em
movimento e da ficção, é inevitável não se emocionar com as histórias que
assistimos e que ali continuam a contar sobre bastidores, cenários, figurinos e
outras curiosidades que envolve a aura de ver de perto certos detalhes que nos
encantaram nas telas.
Como não se emocionar diante das coleções de filmes, livros/revistas,
documentos, arquivos, fotografias, cartazes, esboços, roupas, objetos,
equipamentos e documentos sonoros, um mundo em movimento chamado sonhos verticais, que fizeram
parte das mais diferentes histórias contadas pela sétima arte?
Além disso, ao conhecer aspectos ou fragmentos da história do cinema também é possível desmistificar a produção de
certos efeitos especiais, hoje cada vez mais sofisticados. No contato com obras-primas
e blockbusters, a impressão que se tem é de um túnel do tempo que mexe com
memórias afetivas e lembranças as mais diversas. Mas não deixa de causar estranhamento quando percebemos que os artefatos do último filme possuem mais de
8 anos, levando-nos a perguntar sobre a continuidade do acervo e a pensar nas
atualizações sobre os filmes, que mesmo diante de um acervo datado, continuam a
instigar nosso olhar e imaginário, pois
filmes não param...
Diferente do que ocorre no Museu de Charles Chaplin, o chamado Chaplins World, em Vevey, na Suiça . Nos seus espaços e ambientes, além de um
cinema que mostra a história e os filmes de Carlitos, o Vagabundo, nos
deparamos com um estúdio imenso que mostra e reproduz cenários e artefatos de
quase todos os seus filmes, dando-nos a impressão inclusive de sentir que somos
parte dos filmes, como se o tempo tivesse parado naquele instante da ficção ao
lado do Garoto, do Guarda, das engrenagens dos Tempos Modernos e muitos outros,
sem falar no conhecido par de sapato, chapéu e bengala.
Ao lado do estúdio, num belíssimo parque nas margens do lago suíço, se
pode passear e circular pelo espaço da última casa em que ele morou,
fazendo-nos voltar para a contemporaneidade e compartilhar os ambientes de
intimidade vividos em família, e assim se percorre salas, quartos, varandas e outros espaços. Interessante observar que cada
cômodo da casa possui telas projetando cenas de Chaplin com sua família e
amigos, contando suas histórias e trajetórias da vida real, sempre com bom
humor e fazendo rir. A cena que registra
o momento em que ele e sua família são deportados dos EUA não deixa de ser
enigmática. Nos seus filmes e nos filmes de sua vida, percebemos a complexidade
de uma biografia que revela uma grande personalidade, permeada por histórias de
guerra, abandono, e filmes que tocavam as pessoas para além do entretenimento,
pois seu talento para a comédia e suas formas de crítica transcendiam nas mais
diversas abordagens que tratam da
condição humana.
Enfim, experiências e fragmentos de duas extraordinárias aventuras pela
magia do mundo do cinema e de um passeio com grande artista do século vinte... Tempos e espaços que podem encantar qualquer um, ainda mais quem aprecia e estuda a sétima arte!
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