A
partir de temas candentes como “Plano Nacional de Educação”
e “Base Curricular Nacional”, diversas tensões e perspectivas para
a educação pública brasileira
foram discutidas na 37a. Reunião da ANPED, que aconteceu entre os dias 4 e 8/10/15, na UFSC, em Florianópolis, e foi pano de fundo de outras tantas discussões, encontros e desencontros.
O evento contou com a participação de cerca de
2.500 professores e pesquisadores com uma diversidade de trabalhos apresentados,
mesa redondas, sessões especiais e sessões de conversa e uma diversificada
programação cultural que aconteceu no local do evento e em diversos espaços da
cidade. Em grande parte sugerida e proposta por professores da linha ECO do
PPGE/UFSC, a programação cultural pode ser traduzida nas palavras de Leandro B.
Guimarães: “plural e híbrida, conversa "entre" o local e o planetário,
o popular e o erudito, o samba e a bossa, o jazz/blues e o choro. Conecta
expressões e espaços da universidade e da cidade. Coloca em movimento
artistagens de alunos, ex-alunos e professores do nosso Centro. É vasta e
variada. É muito e pouco. Não é total. Não exotiza. Não completa. Não diz o que
somos, mas toca, quase como um gesto, algumas das rotas em que navegamos.
Repleta de problemas, ausências: está linda!”.
Além disso, houve os tradicionais lançamentos de
livros, em que destaco particularmente dois:
Uma dobra no
tempo: um memorial (quase) acadêmico, de Nelson Pretto, professor da UFBA, colega querido e parceiro de
pesquisa. “Aqui encontramos uma produção que captura o leitor pelo modo de
dizer, pela originalidade do que se conta, pela trajetória instigante e pelas
sínteses que foram além do tempo de cada uma dessas aventuras. Uma escrita
reflexiva e um jogo que coloca o leitor participante do seu próprio enredo”,
como enfatiza o professor da UNEB/UFBA Cesar Leiro, na contracapa.
Projeto UCA:
entusiasmos e desencantos de uma política pública, organizado por Elisa M. Quartiero, Maria Helena Bonilla e Monica Fantin. O
livro resulta de uma pesquisa interinstitucional (UFSC, UDESC, e UFBA), financiada
pelo CNPq e desenvolvida em SC e na BA entre 2011 e 2013, em que buscamos analisar
o Projeto UCA do ponto de vista da gestão, dos professores e dos estudantes. No
capítulo “Estudantes e laptop na escolar: práticas e diálogos possíveis”,
discuto as relações de crianças e jovens com o artefato na escola, suas percepções
e práticas desenvolvidas, bem como as atividades de aprendizagem nos diferentes
cenários investigados. A partir da perspectiva das multiliteracies, da
participação, e da autoria colaborativa, destacamos a ênfase nos jogos, nas redes
sociais e na questão “multitarefas”. No
capítulo “Olhares sobre a prática pedagógica com o Projeto UCA”, Bonilla e eu discutimos
as mediações, as tensões entre as práticas existentes e a emergência de
práticas inovadoras, transversalizadas por percepções e representações dos
professores.
A ênfase nas questões da cultura digital, dos
dispositivos móveis na educação, e as práticas culturais nesse contexto permearam as
discussões nos trabalhos apresentados no GT Educação e Comunicação e na Sessão Especial “Arte e tecnologias: pensando politicas na educação”, que também contou
com a participação de Nelson Pretto.
Obviamente que num evento dessa natureza, os encontros
com amigos/as e colegas é quase um evento a parte, que envolve interações
e cenários diversos, bem como bastidores de trabalhos e pesquisas atuais e
futuras, possibilidades e projetos que se desenham e que esperam novos
encontros, eventos e acontecimentos, é claro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário