sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Plano Nacional da Educação e Base Curricular Nacional: pano de fundo de outros temas da cultura

A partir de temas candentes como “Plano Nacional de Educação” e “Base Curricular Nacional”, diversas tensões e perspectivas para a educação pública brasileira foram discutidas na 37a. Reunião da ANPED, que aconteceu entre os dias 4 e 8/10/15, na UFSC, em Florianópolis, e foi pano de fundo de outras tantas discussões, encontros e desencontros.

O evento contou com a participação de cerca de 2.500 professores e pesquisadores  com uma diversidade de trabalhos apresentados, mesa redondas, sessões especiais e sessões de conversa e uma diversificada programação cultural que aconteceu no local do evento e em diversos espaços da cidade. Em grande parte sugerida e proposta por professores da linha ECO do PPGE/UFSC, a programação cultural pode ser traduzida nas palavras de Leandro B. Guimarães: “plural e híbrida, conversa "entre" o local e o planetário, o popular e o erudito, o samba e a bossa, o jazz/blues e o choro. Conecta expressões e espaços da universidade e da cidade. Coloca em movimento artistagens de alunos, ex-alunos e professores do nosso Centro. É vasta e variada. É muito e pouco. Não é total. Não exotiza. Não completa. Não diz o que somos, mas toca, quase como um gesto, algumas das rotas em que navegamos. Repleta de problemas, ausências: está linda!”. 

Além disso, houve os tradicionais lançamentos de livros, em que destaco particularmente dois:

Uma dobra no tempo: um memorial (quase) acadêmico, de Nelson Pretto, professor da UFBA, colega querido e parceiro de pesquisa. “Aqui encontramos uma produção que captura o leitor pelo modo de dizer, pela originalidade do que se conta, pela trajetória instigante e pelas sínteses que foram além do tempo de cada uma dessas aventuras. Uma escrita reflexiva e um jogo que coloca o leitor participante do seu próprio enredo”, como enfatiza o professor da UNEB/UFBA Cesar Leiro, na contracapa.

Projeto UCA: entusiasmos e desencantos de uma política pública, organizado por Elisa M. Quartiero, Maria Helena Bonilla e Monica Fantin. O livro resulta de uma pesquisa interinstitucional (UFSC, UDESC, e UFBA), financiada pelo CNPq e desenvolvida em SC e na BA entre 2011 e 2013, em que buscamos analisar o Projeto UCA do ponto de vista da gestão, dos professores e dos estudantes. No capítulo  “Estudantes e laptop na escolar: práticas e diálogos possíveis”, discuto as relações de crianças e jovens com o artefato na escola, suas percepções e práticas desenvolvidas, bem como as atividades de aprendizagem nos diferentes cenários investigados. A partir da perspectiva das multiliteracies, da participação, e da autoria colaborativa, destacamos a ênfase nos jogos, nas redes sociais e na questão “multitarefas”. No capítulo “Olhares sobre a prática pedagógica com o Projeto UCA”, Bonilla e eu discutimos as mediações, as tensões entre as práticas existentes e a emergência de práticas inovadoras, transversalizadas por percepções e representações dos professores.

A ênfase nas questões da cultura digital, dos dispositivos móveis na educação, e as   práticas culturais nesse contexto permearam as discussões nos trabalhos apresentados no GT Educação e Comunicação e na Sessão Especial “Arte e tecnologias: pensando politicas na educação”, que também contou com a participação de Nelson Pretto.


Obviamente que num evento dessa natureza, os encontros com amigos/as e colegas é quase um evento  a parte, que envolve interações e cenários diversos, bem como bastidores de trabalhos e pesquisas atuais e futuras, possibilidades e projetos que se desenham e que esperam novos encontros, eventos e acontecimentos, é claro.

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