Na
X Jornatec, que aconteceu
nos dias 29 e 30/4/2013 em Florianópolis, fui convidada a participar da Mesa
Redonda “Desafios do trabalho em rede e da aprendizagem colaborativa na cultura
digital”, ao lado de Tel Amiel (Unicamp), Luli Radfaher (USP) e da mediadora Marta
Borges (UDESC).
Tel Amiel trouxe sua contribuição a partir dos eixos participação, remediação e
bricolagem. Ao enfatizar que a cultura digital não é igual para todo mundo, ele
apresentou dados estatísticos de diversos países e nesse sentido sua fala se
aproximou de alguns argumentos que eu também costumo destacar, visto que a dimensão
do acesso é apenas um aspecto da inclusão que ainda não foi resolvido, e que a distribuição
de computadores não é igualitária. Destacou também a importância de continuar a
pensar na mídia tradicional considerando que a noção de participação e
colaboração não ocorre só no digital. E por fim, ao mencionar a necessidade de
pensar a produção de conteúdos digitais, ele destacou a importância da prática
do remix e do sampleamento nas salas de
aula como forma de busca e criação.
Por
sua vez, Luli Radfaher lembrou a importância da cópia no processo de
aprendizagem e seu papel na invenção de “coisas novas”. Ao falar que as
mudanças da sociedade nem sempre são acompanhadas por mudanças na escola, mais
que repetir o mantra, ele pergunta pela construção da escola do século 21, e reforça
a necessidade de pensarmos nos conteúdos digitais, destacando o digital como uma
linguagem importante para aprender no sentido de minimizar o digital divide.
De
minha parte, enfatizei alguns aspectos do que hoje tem sido entendido por cultura
participativa perguntando o que entendemos por participar da cultura digital e
quem de fato está participando, no sentido de desnaturalizar certos discursos e
problematizar certas práticas. Falar de participação na cultura digital implica
pensar nas formas de aprendizagem que ocorrem no espaços formais e informais e na mediação da escola diante das
modificações nas formas de aprendizagem que a cultura digital promove. Como aproximação
aos aspectos que caracterizam a aprendizagem colaborativa a partir de Kaye (interdependência
dos participantes do grupo, co-divisão de tarefas e organização dos processos
grupais e finalidades compartilhadas a fim de construir algo novo a partir da
colaboração) e destaquei as possibilidades de entender a rede a partir do que propõe
Rivoltella: como ambiente de conhecimento, contexto comunicativo e lugar de compartilhamento
de experiências de pesquisa.
E
por falar em pesquisa, diante da pesquisa em parceria interinstitucional que
estamos desenvolvendo entre UFSC, UDESC e UFBA sobre “Gestão e práticas pedagógicasno âmbito do ProUCA em SC e BA”, mencionei um dos eixos da investigação que se refere ao apoio à criação de rede colaborativa
entre os professores. A esse respeito, análises parciais sinalizam a
dificuldade de o professor se articular em rede, seja devido aos limites das condições
de trabalhos e tempo, seja devido aos
limites ligados à construção de competências profissionais para tal.
Por
fim, o desafio: O que entendemos por ensinar
/aprender/pesquisar colaborativamente e em rede com crianças e jovens na
cultura digital?
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