O
que temas como “Os corpos na mídia”, “Jogos digitais”, “Movimentos corporais e
linguagens”, “Tecnologias em escolas do campo e em ilhas”, “Linguagem e
comunicação” “Narradores e vagalumes” podem ter comum? Num primeiro momento
esses temas podem ser ligados por fios que tecem reflexões sobre educação,
cultura, imagem, comunicação e movimento
e em seguida podem ser ligados pelo pertencimento comum de seus autores: F.
Zoboli, G. Cruz, R. Pereira, I. Munarim, F. Messa e F. Bittencourt ao Labomídia (
coordenado por G. Pires, UFSC) e presentes no IV ENOME - Encontro Nacional do Observatório da Mídia Esportiva -realizado em São João del Rey (coordenado por
D. Mendes e M. Botti, UFSJ), em novembro
de 2012. Evento que participei apenas um dia, mas que não poderia deixar de socializar algumas questões que certos temas suscitaram no meu olhar e que ainda ecoam em mim.
Ao
pensar as imagens dos corpos presentes na mídia em geral, Zoboli destaca o
corpo como fetiche. Acompanhado de belas imagens da mitologia que transitam por
deuses, as figuras possibilitam ver fragmentos
que nos chegam peãs imagens da mídia mostrando o corpo belo, o que vejo e como
sou visto, o que tenho e modifico, o que
transforma, morre e renasce. Imagens
como rastros de corpos que a mídia elege e que acolhemos ou não.
Das
imagens às experiências com jogos digitais, as possibilidades de imersão na
cultura e o conceito de gamificação, através do qual Cruz destaca a importância
das aprendizagens informais que
extrapolam os espaços e o conceito de gaming e que podem se construir como experiências
culturais. Pistas para pensar num diálogo possível entre jogo e “letramentos
digitais”.
Entre
diálogos e fronteiras, Pereira e Munarim narram suas experiências no doutorado sanduíche
com imagens reveladoras das diferentes formas
de participação na universidade, na escola, nas viagens de estudo, nas ilhas italianas
e noutros territórios que se articulam ao pensar o movimento corporal, as tecnologias
na escola e a educação física. Imagens que também comunicam relatos de uma pesquisa em parceria desenvolvida
por Messa, num belo passeio fotográfico pela Argentina.
E
para finalizar essas experiências narrativas, Bittencourt traz a imaginação mais
que a imagem para falar daqui e de lá, como identidades e contrastes entre
Brasil e Espanha. Entre lugares e espantos, a vontade de ver vagalumes que acendem
estrelas, e que o acompanham há muitos anos. Vagalumes que correm o risco de se
apagarem diante dos holofotes da mídia na sociedade do espetáculo.
Diante de tantas imagens poéticas, a
responsabilidade de fechar o evento com algumas considerações sobre a Mídia-educação
e os desafios da escola. Para tal, três perguntas:
Que crianças e jovens estamos formando no contexto contemporâneo ? A produção
de subjetividades na escola permite a construção de identidades como
reconhecimentos e pertencimentos? Que tipos de aprendizagens e participação na
escola/cultura estamos propiciando? Um
pressuposto: protagonismo e atravessamento da mídia no cotidiano e a
necessidade de uma concepção ecológica de mídia-educação para entender as novas
formas de aprendizagem e os novos modos de participação na escola e na cultura.
E uma constatação: a crise na educação e nas instituições (instituições
tradicionais não estão mais respondendo às questões identitárias de construção
de sentido diante da complexidade do mundo contemporâneo). Com isso, algumas
considerações sobre: contextos da mídia-educação e cultura digital; entendimentos sobre formas
de participação, produção e aprendizagem;
formas de mediação; e desafios da mídia-educação na escola e na pesquisa.
Questões e
discussões para um debate que pretendia encerrar um evento, mas que ao mesmo
tempo anunciava outras possibilidades de continuidade. O evento acadêmico
poderia terminar aqui, mas como experiência de vínculos, de afetos e da cultura
mineira continua presente nas imagens das gerais: suas cores, seus sabores, seus
sotaques presentes num trem de histórias que esperam novos eventos para serem
recontadas... Nesses recontos, a busca da inspiração para o ano que começa e continua!
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